quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Estágios do desenvolvimento

Ao ler o texto Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento da autora Tania B. I. Marques, pude observar os estágios de desenvolvimento.
Estes estágios são determinados por etapas e faixa etária, mas não significa que aos dois anos exatos a criança passa para outro estágio, mas sim vai evoluído, se ajustando na medida em que o tempo passa superando as dificuldades do cotidiano.
Conforme definiu Piaget em sua teoria cognitiva todo o ser humano passa por estes quatro estágios que vou citar a seguir.

1º Estágio: Sensório-motor (0 aos 18/24 meses de idade)
Neste estágio desenvolve-se o conhecimento prático, baseado na experiência através dos sentidos, em que há interação com o meio pelo contato direto e imediato sem representação ou pensamento. É nessa etapa que a criança procura adquirir controle motor e sentir os objetos físicos que a cercam, limitando-se apenas a experiências imediatas, construindo assim esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. Por exemplo, quando é colocado um objeto na frente dos seus olhos e ele desaparece do campo perceptivo, é como se ele não existisse mais, a criança não tenta procurá-lo novamente. Somente mais tarde compreenderá que quando um objeto desaparece de vista, continua existindo mesmo não o vendo. Construindo assim pela ação as noções de espaço e tempo.
Deste modo, podemos dizer que esse estágio é caracterizado pela experiência imediata, feitas através da exploração manual e visual do meio e do mundo, a experiência das ações, e a indiferença entre o seu “eu” e o mundo exterior.

2º Estágio: Pré-operatório (2 aos 7anos)
Esse estágio é caracterizado pela interiorização dos reflexos formados na etapa anterior, e pelo aparecimento da linguagem, da função simbólica, do pensamento ou representação, os quais designam a capacidade de representar mentalmente pessoas, situações, objetos e acontecimentos ausentes por meio dos símbolos e signos diferenciados, não dependendo unicamente das sensações e da experiência prática.
A percepção da criança é global, não discrimina detalhes, ela deixa-se levar pela aparência, sem relacionar aspectos. É nessa etapa também que surge o egocentrismo nas crianças, como se o mundo girasse entorno do seu eu, não conseguindo colocar-se, abstratamente, no lugar do outro, usando a inteligência e o pensamento, através do processo de assimilação, acomodação e adaptação, já que não consegue ainda operar.

3º Estágio: Operatório Concreto (7 aos 11/12 anos)
É nessa etapa que o pensamento evoluirá de modo a operar com coerência e lógica, deixando de confundir o real com a fantasia, lhe dando com conceitos abstratos, relacionando diferentes aspectos e abstrair dados da realidade, tendo assim uma lógica interna e habilidade de solucionar problemas concretos, saindo assim do seu egocentrismo, tornando-se capaz de se colocar no lugar do outro.
É nesse terceiro estágio em que as crianças operam com objetos, não se limitando a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração, como, por exemplo, as operações de classificação e seriação. Desenvolve também a capacidade de refazer um trajeto mental, voltando ao ponto inicial.

4º Estágio: Operatório-formal (11/12 anos aos 15/16 anos)
É nessa etapa que a criança é capaz de realizar raciocínios abstratos distante da realidade, raciocinando com hipóteses e deduções não só com objetos, surgimento de outros ideais e interesses seguidos pelas suas crenças e valores.
A criança não se limita mais a representação imediata nem somente as relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente.
É nesse estágio que se desenvolve a sua própria identidade, podendo haver dúvidas entre o certo e o errado.

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