sábado, 18 de julho de 2009

"Entre os muros da escola" (Filme)

O filme “Entre os muros da escola” retrata uma sala de aula de forma muito real mostrando a experiência de um professor dedicado a ensinar algo novo e ligado ao país em que os alunos estão inseridos retratando uma turma de 7° série de escola pública onde existem educandos de vários costumes, raças, credos, etnias, preconceito, uma vasta diversidade cultural.
Cena escolhida:
Ao observar o professor Marin tentando realizar um trabalho que atingisse alguns pequenos resultados e fazer com que o aluno Souleymane acreditasse que daquela simples fotos em família poderia render um bom trabalho e que posteriormente observando o bom desempenho e resultado expõe ao grande grupo e o elogia como sendo uma obra-prima me identifiquei muito e nele revivi algumas cenas que me aconteceram no decorrer deste ano.
Vivemos esta realidade na interdisciplina de Questões Étnicas- Raciais na Educação: Sociologia e História onde tivemos que montar uma galeria de fotos e descrever a nossa ancestralidade, resultando em trabalhos maravilhosos (apresentados em sala de aula) e sugerindo trabalhar com nossos alunos. Apliquei esta atividade com minha turma de alfabetização mostrando em slide fotos deles e oralmente falando de nossas diferenças, semelhanças e com alguns questionamentos como: Porque não somos iguais? Porque temos cores de pele, cabelo, olhos diferentes? No termino desta atividade me realizei quando o professor Milton me solicitou para apresentar meu trabalho na aula presencial e como Souleymane não pensei que de minhas fotos ia render um trabalho tão cheio de conteúdo.
A escolha que o professor Milton (UFRGS) e o professor Marin (personagem principal-professor do filme “Entre os muros da escola”) fez ao utilizar a identidade da realidade do aluno foi muito inteligente, pois ao falarmos de nossa realidade, do meio em que vivemos nos torna capaz de argumentar e ser dotado de uma autonomia na escrita, pois como aluna e tendo muita dificuldade de argumentação achei que este trabalho me ajudou muito. O professor Milton, assim como Marin disse-me ao escolher uma foto minha, escreva sobre as semelhanças externas e internas que possui de sua ancestralidade. Será que tens algo parecido a penas com tua família ou também tem hábitos e costumes de quem convive contigo?
Analisando o trabalho que o professor do filme utilizou, o argumento que usou para convencer o aluno que aquela foto aparentemente sem nexo poderia resultar num ótimo trabalho, foi o mesmo que aconteceu ao entendermos como montar nossos PAs, que aparentemente de uma pergunta ou dúvida sem lógica poderia resultar num ótimo trabalho. No PA apresentado por minhas colegas em sala de aula “De onde veio a rosca? Um alimento típico em minha cidade que eu achava que era da Itália, devido os italianos serem dotados de receitas magníficas em pães, bolos, rocas... E para minha grande surpresa é brasileira, aqui de nossa terra, pela seguinte dedução que a mandioca era cultivada pelos índios, que aqui habitavam e posteriormente adaptada por outras pessoas que aqui moravam, nos prova que uma boa intervenção ou provocação do professor mexe com nossas hipóteses e se há mudança de hipóteses há aprendizagem e as evidencias aparece claramente ao observarmos os mapas conceituais (mudanças de hipóteses).
Estas instigações que ocorreram neste semestre, principalmente no nosso PA, me ajudaram a organizar meus pensamentos, traçar melhor os objetivos a serem alcançados, descobrir a importância dos registros e como estas evidencias nos registros nos ajudam. Assim como aparece no filme o registro de cada aluno desenvolvendo suas atividades.
E a obra-prima que o professor Marin atribui relaciono com minhas colegas que foram selecionadas para apresentar seus PAs na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dando-nos muito orgulho de saber que nossos professores, nossa universidade gera oportunidades de reapresentar “bons” trabalhos, atingindo outros públicos. Deixando estes alunos com seu ego a flor da pele, quebrando barreiras na superação, criando otimismo, autoconfiança, autonomia, dando valor à autoria dos PAs.

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