terça-feira, 24 de março de 2009

Ancestralidade!!!!!


Ao ler o texto “Em Busca de Uma Ancestralidade Brasileira” de Daniel Munducuru, voltei ao passado, a minha ancestralidade, os ensinamentos passados de geração para geração, as tradições, aos conflitos diários...
Sou de cultura gaúcha, nasci na cidade de Bagé, sou descendentes de alemães e portugueses.
Meu avô paterno era uma figura semelhante ao personagem Apolinário, ele era calmo, sereno, sério e em suas atitudes nos ensinava em silêncio como deveríamos agir em família e na comunidade. Meu avô já faleceu há alguns anos.
Em uma ocasião fiquei com meus avós para meu pai e minha mãe irem viajar, eles me convidaram para ir para roça plantar feijão, uma prática muito comum para um agricultor do interior.
Na sua calma e sabedoria meu avô ia abrindo os buraquinhos na terra pareciam ser medidos, pois todos tinham a mesma distância... De longe avistávamos aquela superfície desenhada...
Em suas sábias palavras orientava que colocássemos três grãos de feijão em cada valinha e pensássemos em coisas boas, assim a colheita seria certa.
Na hora do café, quando o sol estava em certo ponto... Sentávamos todos juntos, rezávamos e partilhávamos o pão de cada dia e ele explicava: Na vida tudo é assim... “Todos que semear coisas boas, bons frutos colherão”.
Hoje meu avô Agenor não está entre nós, mas muitos de seus ensinamentos, frases percebo na vida de meu pai (Jose) e de meus irmãos. São valores que aprendi, preservo e hoje transmito para minha família e meus alunos.
Em sala de aula às vezes observando o comportamento dos alunos me pergunto: -Onde estão os valores da ancestralidade deles? - Que limites recebem? -Eles têm família ou alguém que sele por eles?
Um caso interessante de ressaltar foi um tema de casa que solicitei (1°ano – Turma B – E. M. José Felipe Schaeffer / Três Cachoeiras-RS), aonde no dia seguinte chegou à mãe e a aluna com a folha do tema em branco nas mãos e pedindo um tempinho para falar comigo.
A mãe pediu que eu não mandasse tema de casa, ai argumentei, mas porque...
A mãe humildemente me diz: - Sou analfabeta, meu filho mais velho é portador de necessidades especiais e marido não tenho, não tenho ninguém para ajudá-la. Os vizinhos são longe e também não demonstram interesse.
Com o texto, estes pequenos exemplos ficam claros que nossa ancestralidade, nossa convivência, nossa identidade se constrói ao passar dos anos e influem no nosso crescimento pessoal, profissional e ético. Alguns com mais dificuldades por falta de oportunidades, outros no embalo de uma geração...
Fiz uma longa investigação na ancestralidade de meus alunos e conclui que tudo que os alunos recebem e percebem ao seu redor refletem na escola, principalmente através de suas atitudes.

sábado, 21 de março de 2009

Reflexão sobre Projetos de Aprendizagens.

Os Projetos de Aprendizagens do Eixo 5, foi um dos trabalhos mais significativos em “real” aprendizagem, pois além de partir da nossa curiosidade e interesse nos possibilitou criar hipóteses, montar esquemas, nos lançou a pesquisa de campo, nos levou a ir em busca de descobertas, onde nós alunos ficamos inteiramente ligados ao tema escolhido.
Interpreto que os projetos de aprendizagens trazem uma construção do conhecimento tanto para o aluno quanto para o professor que está orientando, pois muitas vezes o tema escolhido não faz parte do conhecimento ou realidade de ambos.
Para elaboração dos projetos o professor tem a missão de orientar e deixar os alunos contribuir com a pesquisa, formar argumentos através das evidências resgatadas no decorrer do mesmo, atribuo os projetos de aprendizagens sendo interdisciplinar, uma forma de driblar respostas prontas e fazer com que o aluno tenha o prazer de ir à busca de informações.
Observando de uma forma ampla os projetos, partindo da primeira pergunta formada como centro da pesquisa, nota-se claramente a evolução de cada tema escolhido, como nós moldamos nosso conhecimento, o quanto nossas dúvidas e certezas se contradiziam e tudo isso acontecia porque estávamos na busca constante e se este trabalho continuasse neste próximo semestre ainda sofreria muitas modificações.

Gleyce Santos